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Perspectiva Semanal - 06 de janeiro a 10 de janeiro
Aproveite seu boletim Perspectiva Semanal, uma publicação com os destaques do mercado financeiro nacional e internacional na semana, com dados, indicadores e projeções da SulAmérica Investimentos.
Fed Surpreende com Sinalização de Menos Cortes de Juros
Embora a última reunião do Federal Reserve tenha ocorrido em 18 de dezembro, seus desdobramentos continuam impactando as expectativas econômicas para 2025. Na ocasião, o Fed cortou os juros em 25 pontos-base, mas surpreendeu ao sinalizar que o espaço para cortes adicionais no próximo ano será limitado a 50 pontos-base, contrariando a expectativa anterior de 75 pontos-base. Essa sinalização reforça um compromisso mais rígido com o controle da inflação, mesmo em um cenário de moderada desaceleração econômica.
O principal destaque foram as revisões das projeções de inflação e desemprego. O núcleo do PCE, medida preferida pelo Fed para acompanhar a inflação, foi ajustado para cima, de 2,2% para 2,5% em 2025 e 2026. Esse movimento reflete uma discussão interna no comitê: enquanto alguns membros incorporaram o impacto potencial de tarifas adicionais propostas pela administração Trump, outros mantiveram uma abordagem mais conservadora. O Fed também ajustou ligeiramente para cima a projeção de desemprego, sugerindo uma visão mais cautelosa sobre o equilíbrio econômico.
Durante a coletiva, o presidente Jerome Powell destacou que o banco central está entrando em uma nova fase e será “cauteloso em relação a cortes adicionais”. Essa afirmação, somada à projeção limitada de cortes de apenas 50 pontos-base, sinaliza que o Fed pretende manter os juros em patamares elevados por mais tempo do que o mercado antecipava. Para os investidores, o contraste com a expectativa anterior de 75 pontos-base evidenciou uma postura mais restritiva, aumentando a incerteza sobre a trajetória dos juros nos próximos anos.
A postura mais conservadora reflete também um cenário global de maior complexidade, marcado pela incerteza em torno de políticas comerciais e seus impactos inflacionários. Com uma visão clara de que a inflação ainda não está completamente controlada, o Fed opta por limitar a flexibilização monetária, priorizando a estabilidade econômica de longo prazo.
Apesar de ser um evento ocorrido semanas atrás, as decisões e sinalizações dessa reunião continuam moldando as expectativas para 2025, demonstrando que o Fed está comprometido em evitar cortes agressivos de juros enquanto não houver maior clareza sobre a trajetória da inflação e dos riscos econômicos.
Agenda Semanal:
Destaques da semana: Divulgação de dados de inflação na Ásia; Dados de mercado de trabalho, atividade e publicação da ata do FOMC nos EUA; PIM, PMC e IPCA no cenário local.
Nos EUA a agenda de dados desta semana inclui dados importantes de mercado de trabalho e atividade. Na terça-feira será divulgado o índice IMS serviços referente a dezembro, que deve constar um avanço em 1.1 pontos contra a publicação anterior (52.1), e o relatório JOLTS de novembro, com expectativa de abertura de 7.775 novas vagas. Na quarta-feira será publicada a pesquisa de empregos ADP. Na sexta-feira será divulgado o payroll referente a dezembro. A expectativa mediana consensual dos analistas do mercado é de criação de 153 mil novas vagas de emprego no mês, significativamente menor que a observada no período anterior (227 mil). É esperado que os ganhos salariais tenham avançado em ritmo inferior ao mês precedente (0.3% M/M vs. 0.4% M/M), de modo que a variação interanual se encontre em 4.0%. A taxa de desemprego deve se manter constante em 4.2%. Analistas do mercado também permanecerão atentos à divulgação da ata do FOMC, que acontecerá na quarta-feira.
Na Europa a agenda consta com dados de inflação e atividade. Na terça-feira será publicada a preliminar da inflação ao consumidor referente a dezembro e a expectativa mediana dos analistas para a comparação interanual é de manutenção em 2.7%. Na quarta-feira ocorrerá a divulgação da inflação ao produtor, que comparando entre anos concretiza desaceleração em -1.4%.
Na China a agenda consta com dados de inflação ao consumidor e produtor referentes a dezembro. Para o primeiro é esperado avanço de 0.1% A/A e, para o segundo, contração em -2.5% A/A.
No Brasil a agenda consta com a publicação da PIM e da PMC referentes a novembro e IPCA de dezembro. A produção industrial deve contrair em -0.6% M/M, maior que o dado de outubro (-0.2% M/M). Na comparação interanual a produção cresceu em 1.8%. A pesquisa será publicada na quarta-feira. Na quinta-feira será divulgada a pesquisa de comércio, com projeção mediana abaixo do dado de outubro (-0.2% M/M vs. 0.4% M/M). Na comparação entre anos, o comércio avançou 4.3%. Na sexta-feira se saberá o IPCA. A expectativa da SulAmérica Investimentos é de 0.54% M/M, marginalmente abaixo da expectativa mediana consensual dos analistas do mercado (0.55% M/M)