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Perspectiva Semanal - 08 de julho a 12 de julho

Aproveite seu boletim Perspectiva Semanal, uma publicação com os destaques do mercado financeiro nacional e internacional na semana, com dados, indicadores e projeções da SulAmérica Investimentos.

Publicado em: 08/07/2024
Dados de atividade melhores que esperado no Brasil

A tragédia que se abateu sobre o Rio Grande do Sul, em maio, com enchentes comprometendo boa parte do estado por semanas, afetou negativamente a atividade econômica do estado e do país. Os primeiros dados relativos a isso começaram a ser oficialmente divulgados, porém o impacto inicial pareceu menor que o esperado e os dados coincidentes de junho mostram uma recuperação forte.

A produção industrial brasileira relativa a maio é o primeiro dado oficial sobre atividade que serve para mensurar o impacto da crise do Rio Grande do Sul. Houve contração de -0,9% M/M na produção industrial geral, um número menos negativo que esperado pelo mercado (-1,4% M/M). Uma parte da surpresa positiva foi ocasionada pela extração mineral, que teve crescimento de 2,6% M/M, com o estado do Rio Grande do Sul não sendo muito importante para esse setor. A indústria de transformação mostrou queda de -2,2% M/M em maio, um número ruim, mas não tão fora do comum na série histórica (houve queda de 2-2,2% M/M em abril de 2021, por exemplo).

Há alguns dados coincidentes sobre atividade industrial já conhecidos sobre junho. A produção de veículos, divulgada pela Anfavea, é um deles. Após queda de -19,1% M/M em maio, houve alta de 15,8% M/M em junho, ficando apenas 6% abaixo do nível visto em abril. O consumo de energia elétrica é outro, mostrando um cenário mais ambíguo. Após atingir o máximo da série histórica dessazonalizada em abril, houve queda de -1,6% M/M em maio e -1,2% M/M em junho, mas o número de junho ainda é acima do visto em março, por exemplo.

Mais dados sobre atividade serão divulgados nas próximas semanas. Nessa semana serão conhecidas as vendas no varejo e volume de serviços relativos a maio. Para os dois é esperada queda de -0,6% M/M e -0,8% M/M, respectivamente. Mas pesquisas feitas com dados bancários indicam uma recuperação ainda mais forte em alguns setores de varejo em junho, em especial materiais de construção, móveis e eletrodomésticos, o que pode ajudar a diminuir o impacto dessas quedas na variação trimestral.

As perspectivas para o PIB do 2º trimestre, dessa forma, não parecem tão ruins quanto os primeiros sinais indicavam durante o desastre. O estímulo fiscal feito para atender a população e ajudar na reconstrução da infraestrutura do estado pode ajudar a melhorar ainda mais a atividade ao longo do 2º semestre do ano. Para o PIB do 2º trimestre, temos expectativa de variação próxima da estabilidade na série trimestral dessazonalizada a partir desses dados mencionados acima.

Agenda Semanal:
Dados de inflação no Brasil e nos EUA ganham peso

Nos EUA, o destaque da agenda nesta semana será a divulgação do índice de inflação ao consumidor de junho, na quinta-feira. A expectativa consensual do mercado aponta para uma variação de 0,1% M/M do índice cheio, o que seria condizente com uma alta acumulada em 12 meses de 3,1%, enquanto o núcleo deve mostrar variação igual à observada no mês anterior (0,2% M/M), mantendo a métrica interanual em 3,4%. Na sexta-feira, também saem a inflação ao produtor de junho, que deve reacelerar marginalmente, e a leitura prévia da pesquisa de confiança do consumidor para julho. Os mercados deverão acompanhar de perto os discursos de Powell no Congresso nesta semana, agendados para terça, no Senado, e quarta-feira, na Câmara. 

Na Zona do Euro, a agenda da semana será pouco movimentada. Na quinta-feira, saem dados de inflação e atividade. Na Alemanha, será divulgada a leitura final da inflação ao consumidor referente a junho, para a qual não se espera revisões em relação à divulgação preliminar. No Reino Unido, sai a produção industrial de maio, que deve mostrar expansão de 0,2% M/M. 

Na China, serão conhecidos os dados de inflação referentes a junho na terça-feira. A expectativa consensual dos analistas é de que os preços ao produtor permaneçam em campo deflacionário, variando -0,8% A/A. A inflação ao consumidor deve acelerar marginalmente nesta leitura, de 0,3% A/A para 0,4% A/A. Ao longo da semana também devem sair dados de crédito e do setor externo referentes a junho.

No Brasil, os destaques da agenda da semana serão dados de inflação e atividade, que seguirão refletindo os impactos dos eventos climáticos no RS. Na quarta-feira, será divulgado o IPCA de junho, para o qual esperamos variação de 0,29% M/M, levemente abaixo da expectativa mediana do mercado (0,33% M/M) e consistente com alta interanual de 4,31%. Na quinta-feira, saem as vendas no varejo referentes a maio. É esperada queda de 0,9% M/M do varejo restrito, enquanto o conceito ampliado deve registrar contração de 0,6% no mês. Por fim, na sexta-feira ocorre a divulgação do volume de serviços de maio, que deve ter recuado 0,8% M/M, levando a variação interanual para -0,3%.

Agenda da semana