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Perspectiva Semanal - 11 de novembro a 15 de novembro
Aproveite seu boletim Perspectiva Semanal, uma publicação com os destaques do mercado financeiro nacional e internacional na semana, com dados, indicadores e projeções da SulAmérica Investimentos.
O Dia Seguinte das Eleições e do Copom: Juros Mais Elevados
A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, acompanhada do controle do Legislativo pelos Republicanos, trouxe implicações importantes para os mercados globais. A perspectiva de um mix de política econômica mais expansionista nos EUA, agora com maior chance de ser implementado, reforça o cenário de juros mais elevados. Dados recentes de atividade continuam indicando uma economia americana robusta, sem sinais de desaceleração, e alimentam a discussão sobre uma taxa neutra mais alta no país, reduzindo o espaço para cortes de juros pelo Federal Reserve. Concordamos com esse diagnóstico e, diante desse contexto, revisamos nossa projeção para Fed Funds Rate para 3,25%, com viés altista.
Para o Brasil, a elevação dos juros nos EUA gera pressão adicional sobre nossa política monetária. Um ambiente externo com dólar mais forte, impulsionado por Trump, aumenta a pressão para uma maior desvalorização do real, ampliando os riscos inflacionários. Internamente, o cenário não é favorável para contrabalançar esses movimentos globais. O debate em torno do pacote de controle de gastos segue pouco convincente, o mercado de trabalho permanece aquecido e o IPCA divulgado na sexta-feira confirmou o retorno da inflação de serviços a patamares mais elevados. Esses fatores contribuem para a continuidade da desancoragem das expectativas de inflação.
Como resultado, revisamos nossa projeção para a taxa Selic terminal para 13%, mantendo uma assimetria altista para esse número. Até o momento, seguimos esperando altas de 50 pontos-base, mas reconhecemos o risco crescente de uma aceleração no ritmo de ajuste. A decisão final dependerá da ata do Copom e, principalmente, do detalhamento do pacote de corte de gastos. Caso haja frustração em relação a esse último ponto, o debate sobre a necessidade de uma resposta mais contundente do Banco Central deve se intensificar, tanto em relação ao ritmo de altas quanto ao nível terminal da Selic.
O cenário exige cautela, dado o impacto combinado do ambiente externo desfavorável e das fragilidades internas. Manter a credibilidade da política monetária será fundamental para atravessar os desafios impostos por essa nova configuração global e doméstica.
Agenda Semanal:
Definição do controle da câmara dos representantes é o destaque dessa semana, junto com a divulgação da ata do COPOM e do pacote de corte de gastos.
Nesta semana ocorrerão diversos eventos importantes. Nos EUA haverá uma bateria de divulgações, com destaque para dados de inflação e atividade. Na quarta-feira será publicado o dado de inflação ao consumidor referente ao mês de outubro para o qual a expectativa mediana consensual dos analistas do mercado é de 0.2% M/M, constante ao período anterior e marginalmente igual à projeção da SulAmerica Investimentos (0.21% M/M). Na quinta-feira será divulgada a inflação ao produtor de outubro e a esperança é de leve aceleração em 0.2% M/M para o mês, visto estagnação em setembro. Na sexta-feira a agenda se encontra mais carregada, com a divulgação do índice Empire Manufacturing de novembro, vendas no varejo de outubro e produção industrial, também referente a outubro. Para o primeiro, o índice projetado pelos analistas do mercado é de 0, acima dos -11.9 anteriores. Para o segundo, a expectativa é de variação em 0.3% M/M, abaixo dos 0.4% M/M publicado em setembro e, para o terceiro, espera-se variação de -0.2%, marginalmente acima dos -0.3% M/M lançados no período anterior.
Ainda nos EUA, após a acirrada eleição que veio a eleger Donald Trump como o próximo presidente dos EUA nesta quarta-feira, dia 11 de novembro de 2024, espera-se pela definição do controle da Câmara dos Representantes, que será divulgada durante a semana. Por enquanto a liderança é dos republicanos, com número suficiente para garantir uma maioria apertada. Entretanto, nem todas as cadeiras foram decidias.
Na zona do Euro a agenda permanece mais esvaziada, com divulgação da produção industrial referente a setembro na quinta-feira. A expectativa mediana consensual dos analistas do mercado é de desaceleração em -1.3% M/M, visto a variação positiva de 1.8% M/M registrada em agosto.
Na China a agenda apresenta divulgação de dados de atividade referentes a outubro na sexta-feira. Para a produção industrial a esperança é de aceleração marginal em 5.5% A/A, ante 5.4% A/A em outubro. Para as vendas no varejo espera-se alta de 3.8% A/A, contra 3.2% A/A visto em setembro.
No Brasil a agenda desta semana irá apresentar diversas informações importantes, com destaque para a ata do COPOM e a divulgação do pacote de corte de gastos pelo governo. A divulgação do pacote de corte de gastos, como foi observado durante a última semana, passou por turbulências sendo adiada diversas vezes. É esperado pelo mercado que o pacote saia durante a semana, mas a data concreta ainda está em aberto. Na terça-feira o Banco Central publicará a ata do COPOM, que ocorreu na quarta-feira da semana anterior.
Ainda no Brasil a agenda de dados da semana conta com a divulgação do resultado primário de setembro do Banco Central, e as vendas no varejo referentes a setembro. Na segunda-feira se conhecerá o resultado primário, cuja expectativa do mercado é déficit de -8.2 bilhões, significantemente menor que o resultado registrado em agosto (-21.4 bilhões). Na terça-feira haverá a divulgação das vendas no varejo que registraram variação de -0.3% M/M em agosto.