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Perspectiva Semanal - 16 de dezembro a 20 de dezembro
Aproveite seu boletim Perspectiva Semanal, uma publicação com os destaques do mercado financeiro nacional e internacional na semana, com dados, indicadores e projeções da SulAmérica Investimentos.
Copom Surpreende, mas Cenário Fiscal Pressiona Mercado
Na última semana o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, em linha com nossa expectativa. O Banco Central surpreendeu ao sinalizar novas altas de 1 ponto percentual nas próximas duas reuniões, reforçando seu compromisso em conter a desancoragem das expectativas inflacionárias. Essa indicação foi mais agressiva do que o mercado antecipava, que atribuía uma probabilidade intermediária de um ajuste desse porte na reunião de março.
Apesar da contundência da sinalização do Copom, o mercado tem mostrado ceticismo quanto à capacidade do Banco Central de resolver sozinho os problemas econômicos do país. O foco das preocupações continua sendo o cenário fiscal, que segue indefinido e aumenta a percepção de risco. A ausência de um compromisso claro e de medidas estruturais no âmbito fiscal tem ampliado a pressão sobre os ativos brasileiros, desvalorizando o câmbio e elevando os prêmios de risco.
Na avaliação de cenário apresentada pelo Banco Central, foi destacada a forte deterioração do balanço de riscos para a inflação, incluindo tanto fatores externos quanto internos. No entanto, o cerne da questão permanece no âmbito fiscal. O mercado sinaliza que, sem uma resposta coordenada do governo para reduzir a incerteza fiscal, a política monetária terá limitações para ancorar as expectativas de longo prazo. A continuidade do impasse fiscal afeta diretamente a confiança dos investidores e dificulta a estabilização dos mercados locais.
Diante desse contexto, revisamos nossa projeção para a taxa Selic terminal para 15%. Nosso cenário base considera as duas altas de 1 ponto percentual sinalizadas pelo Banco Central, seguidas por ajustes adicionais de 50 e 25 pontos-base. O complexo cenário fiscal doméstico, aliado à instabilidade internacional, com perspectivas de tarifas adicionais nos Estados Unidos sob a liderança de Donald Trump, adiciona maior incerteza ao nosso cenário base.
A percepção de que o Banco Central está em certa medida isolado em seus esforços de estabilização econômica reflete-se na deterioração dos ativos brasileiros, que têm operado sem parâmetro diante da falta de clareza fiscal. O endereçamento do problema fiscal é crucial para aliviar as pressões sobre a política monetária e permitir um ajuste mais equilibrado do cenário econômico.
Agenda Semanal:
Reunião do FOMC, BOJ e BoE são destaques internacionais. No Brasil, ata do COPOM , RTI e votações no Congresso são eventos mais importantes.
O evento mais importante da semana na agenda internacional é a reunião do FOMC (Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve, o Banco Central dos EUA). A expectativa da SulAmérica Investimentos, e da maioria do mercado financeiro, é de redução de 25 pb na taxa de juros básica, para 4,25%. As projeções para o próximo ano de juros, inflação e PIB podem ser revistas para cima. Nos EUA, além disso, sairão dados sobre atividade. Na terça-feira serão divulgadas as vendas no varejo e a produção industrial relativas a novembro. A expectativa do mercado para a primeira é de crescimento em 0.5% M/M, acima do observado em outubro (0.4% M/M). Para a segunda, a projeção consensual dos analistas do mercado é de aceleração em 0.3% M/M, ante -0.3% M/M no período anterior.
Na Europa o destaque é a reunião de política monetária do BoE (Bank of England), que acontecerá na quarta-feira. A projeção da SulAmérica Investimentos é de queda em 0.25% na taxa básica.
Na Ásia o destaque dessa semana é a reunião de política monetária do BoJ (Bank of Japan), que acontecerá na quarta-feira. A expectativa da SulAmérica Investimentos para essa reunião é de manutenção.
Na agenda local será publicada a ata do COPOM na terça-feira e o relatório trimestral de inflação na quinta-feira, e acontecerão votações no Congresso durante a semana.