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Perspectiva Semanal - 20 de janeiro a 24 de janeiro
Aproveite seu boletim Perspectiva Semanal, uma publicação com os destaques do mercado financeiro nacional e internacional na semana, com dados, indicadores e projeções da SulAmérica Investimentos.
Atividade e inflação puxam cenário de juros em direções opostas nos EUA
Desde a reunião de dezembro do FOMC (Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve, o Banco Central americano), os mercados financeiros começaram a precificar cada vez menos cortes de juros nos EUA em 2025. O viés mais hawkish das projeções, comentado em texto do Perspectiva Semanal de duas semanas atrás, corrobora esse movimento.
Dados econômicos mais fortes sobre a atividade também ajudaram a impulsionar essa alta nos juros futuros. A criação de empregos (payroll) de dezembro, divulgado no começo de janeiro, veio bem acima das expectativas, em 256 mil, contra mediana de projeções de 165 mil. Outros dados de atividade também mostraram força. A produção industrial subiu 0,9% M/M (expectativa era 0,3% M/M) e o núcleo das vendas no varejo, 0,7% M/M (expectativa era 0,4% M/M).
No entanto, na semana passada também saíram dados que evitam que se fale em interrupção total do ciclo de queda ou até mesmo ciclo de alta, como alguns já chegaram a especular. A inflação ao consumidor, medida pelo CPI, veio em linha com as expectativas no índice cheio (0,4% M/M), mas abaixo das projeções no núcleo (0,2% M/M contra 0,3% M/M). Um dos membros do FOMC, Christopher Waller, ressaltou a inflação mais baixa e falou que se dados de inflação seguirem nesse nível pode ver cortes de juros no primeiro semestre deste ano, não descartando cortes em março, além de 3 a 4 cortes de juros em 2025. Isso é bem mais que a mediana do dot plot do FOMC (2 cortes de juros), e mostra uma mudança de postura de Waller, que costumava ser mais hawkish ou pelo menos no centro do comitê.
A visão da SulAmérica Investimentos é de que haverá 3 cortes de 25 pb de juros nos EUA, com os cortes retomando a partir da reunião de junho. Em janeiro, março e maio deve haver manutenção dos juros (no patamar entre 4,25% e 4,50%) devido ao crescimento mais forte da atividade, e para os membros do FOMC terem mais clareza sobre quais serão os efeitos das medidas de política econômica adotadas pela nova administração Trump.
Agenda Semanal:
Destaques da semana: Reunião do BoJ no Japão; Dados de atividade na Zona do Euro; IPCA-15 no cenário local.
Nos EUA, a agenda de dados desta semana permanece esvaziada. Na segunda-feira, Donald Trump toma posse como presidente, marcando o início de um novo mandato nos Estados Unidos. Já na sexta-feira, serão divulgados os dados preliminares de atividade referentes a janeiro. A expectativa mediana dos analistas do mercado para o PMI de manufatura é de 49,8 e, para o PMI de serviços, de 56,3.
Na Europa, a agenda inclui dados de atividade e inflação. Na segunda-feira, será publicada a inflação ao produtor alemão referente a dezembro. Para este, a expectativa mediana dos analistas é de 0,3% M/M, abaixo dos 0,5% M/M registrados em novembro. Na comparação interanual, o mercado projeta um avanço de 1,1%. Na sexta-feira, será divulgada a preliminar dos PMIs de manufatura e serviços. Para o primeiro, a projeção mediana dos analistas é de 42,8, e, para o segundo, de 51,0.
Na Ásia o destaque da agenda vai para a reunião do BoJ para a determinação da taxa de juros, que deve ser elevada em 0,5%, segundo analistas do mercado.
No Brasil, a agenda consta com a publicação do IPCA-15 de janeiro na sexta-feira. A projeção da SulAmérica Investimentos para o índice de inflação desta semana é de 0,06% M/M, acima da expectativa dos analistas do mercado, que esperam de -0,03% M/M de variação mensal e 4,31% na comparação interanual.