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Perspectiva Semanal - 24 de fevereiro a 28 de fevereiro
Aproveite seu boletim Perspectiva Semanal, uma publicação com os destaques do mercado financeiro nacional e internacional na semana, com dados, indicadores e projeções da SulAmérica Investimentos.
Governo Trump promete corte de impostos, mas ajuste fiscal é desafiador nos EUA
O presidente dos Estados Unidos Donald Trump promete manter o corte de impostos realizado durante seu primeiro mandato (TCJA – Tax Cuts and Jobs Act), além de fazer novas isenções (sobre gorjetas e aposentadorias, por exemplo). Ao mesmo tempo, Trump e seus assessores defendem um ousado corte de gastos para tornar as contas públicas menos deficitárias – atualmente os déficits se encontram próximos de 6,5% do PIB, 3 pp acima do período pré-pandemia. Números altos, como cortes de US$ 1 trilhão a US$ 2,5 trilhões são ventilados por diversas pessoas do governo, como o chefe do Departamento de Eficiência Governamental Elon Musk.
O orçamento norte-americano já apresenta desafios, com um déficit maior do que o registrado no período pré-pandemia e despesas elevadas. Dois terços do orçamento são gastos obrigatórios, e, entre os discricionários, quase metade é destinada à Defesa, tornando o espaço para cortes mais restrito. O plano de Musk prevê uma redução expressiva de pessoal, mas para atingir essa economia desejada, este corte precisaria ser mais agressivo do que os realizados nos governos dos ex-presidentes Reagan e Clinton – algo desafiador, dado que os gastos com pessoal já estão próximos das mínimas históricas no país.
Além disso, cortes na Defesa enfrentam resistência política e estratégica, especialmente diante do aumento de gastos militares da China. Sem ajustes mais profundos em áreas como transferências para famílias ou mudanças na idade de aposentadoria – que não estão nos planos de Trump –, o espaço para uma consolidação fiscal significativa fica limitado.
Diante deste cenário, é provável que os cortes de gastos fiquem bem abaixo das metas mais ambiciosas, o que dificultaria a compensação total da perda de arrecadação. Mesmo que ajustes sejam feitos, o impacto fiscal pode não ser suficiente para conter a pressão sobre o endividamento e os juros americanos.
O mercado segue monitorando os desdobramentos desse plano, avaliando se haverá espaço para um ajuste fiscal realista ou se o corte de impostos levará a um aumento da necessidade de financiamento do governo, com impactos sobre a política monetária e os mercados globais.
Agenda Semanal:
Publicação da segunda leitura do PIB do 4°trimestre nos EUA, eleições parlamentares na Alemanha, dados de inflação e atividade no Japão, e divulgação do IPCA-15 no Brasil
Nos EUA, na terça-feira (25) será divulgada a pesquisa de confiança do consumidor do Conference Board, que, segundo a mediana das expectativas do mercado, deve recuar para 103,2 pontos em fevereiro, ante 104,1 no mês anterior. Na quinta-feira (27), a segunda leitura do PIB do 4T24 deve registrar um crescimento de 2,3% T/T, em linha com a estimativa anterior, enquanto o consumo pessoal deve registrar variação de 4,1% T/T, levemente abaixo da leitura anterior de 4,2% T/T. Já na sexta-feira (28), serão divulgados os dados de renda e consumo pessoal referentes a janeiro: a renda deve apresentar alta de 0,3% M/M, e o consumo, de 0,2% M/M, frente a 0,4% M/M e 0,7% M/M, respectivamente, na leitura anterior. Ao longo da semana, também estão previstos diversos discursos de membros do Federal Reserve.
Na Europa, o destaque são as eleições parlamentares da Alemanha, que ocorreram no domingo, 23 de fevereiro, e foram vencidas pela União Democrata Cristã, partido de direita moderada. Em relação à divulgação de dados, na segunda-feira (24) será publicada a leitura final da inflação ao consumidor de janeiro na Zona do Euro, que não deve apresentar variação em relação à última estimativa (-0,3% M/M).
Na Ásia, na segunda-feira será divulgada a inflação do produtor de serviços do Japão de janeiro, que deve registrar variação interanual de 3,1%. Na terça-feira, será publicada a leitura final das encomendas à indústria japonesa, também de janeiro. Já na quinta-feira, será divulgada a inflação ao consumidor de fevereiro no Japão, com expectativa de alta de 3,2% na comparação anual, além do volume de vendas no varejo de janeiro, que deve avançar 0,6% M/M, e da prévia da produção industrial de janeiro, que deve recuar 1,0% M/M. Por fim, na sexta-feira, serão divulgados os índices PMI de Manufatura, Não-Manufatura e Composto da China. A expectativa é que o PMI de Manufatura avance de 49,1 pontos para 50,1, enquanto o de Não-Manufatura registre 50,4 ante 50,2.
No Brasil, o destaque da agenda é a divulgação do IPCA-15 e do IGP-M de fevereiro, na terça-feira e quinta-feira, respectivamente, além da publicação de indicadores do mercado de trabalho ao longo da semana. A projeção da SulAmérica Investimentos para o IPCA-15 é de 1,39% M/M, ligeiramente acima dos 1,38% M/M estimados pelo mercado. Já o IGP-M, de acordo com a mediana das projeções do mercado, deve registrar alta de 1,01% M/M, após avançar 0,27% M/M no mês anterior. Na quarta-feira (26), será divulgado o Caged, enquanto na quinta-feira serão publicados dados da PNAD e o Resultado Primário do Governo Central.