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Perspectiva Semanal - 25 de novembro a 29 de novembro

Aproveite seu boletim Perspectiva Semanal, uma publicação com os destaques do mercado financeiro nacional e internacional na semana, com dados, indicadores e projeções da SulAmérica Investimentos.

Publicado em: 25/11/2024
O debate sobre o pacote de controle de gastos

O debate sobre um novo pacote de controle de gastos ganhou destaque nas últimas semanas, com expectativas de que o governo apresente medidas capazes de reforçar a sustentabilidade fiscal. O desafio está em equilibrar demandas sociais e orçamentárias em um contexto de pressões internas por mais despesas e um cenário internacional que exige prudência. Um pacote que combine pragmatismo e mudanças estruturais pode ter o potencial de reduzir prêmios de risco e gerar maior confiança no ambiente econômico.

Entre os pontos de discussão está a política de valorização do salário-mínimo, que historicamente desempenha um papel importante na proteção da renda e na melhoria do poder de compra da população. No entanto, do ponto de vista fiscal, o reajuste real do salário-mínimo está atrelado a despesas obrigatórias, como abono salarial, seguro-desemprego e aposentadorias, o que aumenta sua participação no orçamento e reduz a flexibilidade para outras despesas. Revisitar essa política de forma equilibrada pode ajudar a compatibilizar os objetivos sociais com a gestão sustentável do orçamento.

Outra questão relevante envolve a flexibilização das vinculações orçamentárias, que restringem a capacidade do governo de alocar recursos de maneira mais eficiente. Medidas que tragam maior flexibilidade, aliadas a avanços na previdência dos militares e iniciativas para melhorar a eficiência do funcionalismo público, podem sinalizar maior comprometimento com a gestão responsável dos recursos públicos, sem comprometer os serviços essenciais.

Apesar da importância desses pontos, nossa expectativa é de um pacote intermediário, que avance em medidas para viabilizar o arcabouço fiscal, mas sem abordar reformas estruturais mais profundas. Nesse cenário, o impacto sobre os mercados pode ser limitado, especialmente em um contexto externo desafiador, com juros globais elevados e maior seletividade por parte dos investidores.

Para gerar maior confiança e consolidar o compromisso com a sustentabilidade fiscal, é importante que o governo adote uma abordagem pragmática, mostrando disposição para equilibrar interesses diversos e tomar decisões que promovam a estabilidade econômica. Um pacote que combine medidas responsáveis e eficazes pode não apenas reduzir incertezas, mas também reforçar a credibilidade junto a investidores e à sociedade.

Agenda Semanal:

Agenda levemente esvaziada, com destaque para dados de renda e consumo nos EUA. No Brasil se conhecerá o IPCA-15 de novembro.

Nos EUA os destaques da agenda desta semana serão os dados de renda e consumo pessoais referentes a outubro, além da inflação medida pelo PCE e a ata do FOMC, que saem na quarta-feira e terça-feira respectivamente. A expectativa mediana consensual do mercado é de que o consumo e renda pessoal tenham crescido 0.3% M/M em outubro. O deflator do PCE de outubro deve mostrar variação de 0.2%, em linha com a variação observada em setembro, já em termos anualizados espera-se variação de 2.3%, marginalmente acima do observado anteriormente (2.1%). Para o núcleo do PCE a projeção é de 0.3% M/M, igual ao observado no período anterior, e 2.8% na comparação interanual, ante 2.7% em setembro. Ao longo da semana haverá também a divulgação da segunda revisão do PIB referente ao 3° trimestre, na quarta-feira. 

Na Zona do Euro a semana será pouco movimentada. Na quinta-feira sai a leitura final do índice de confiança do consumidor referente a novembro e na sexta serão divulgadas as expectativas de inflação coletadas pelo Banco Central Europeu (ECB). Na Alemanha sai o índice GFK de confiança do consumidor de dezembro na terça-feira. 

Na Ásia o Japão divulgará dados de atividade e inflação. Na sexta-feira serão conhecidas as vendas no varejo, a preliminar de produção industrial e a taxa de desemprego referentes a outubro, junto à inflação ao consumidor de Tóquio relativa a novembro.

No cenário local o destaque fica para a divulgação do IPCA-15 de novembro, na terça-feira. O mercado projeta variação de 0.50% M/M, abaixo do registrado em outubro, e 4.64% na comparação interanual, acima da publicação anterior (4.47%). Na segunda-feira a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgará sua pesquisa de confiança do consumidor de novembro. Na sexta-feira se tornará conhecido a taxa nacional de desemprego, junto ao resultado primário de setembro pelo Banco Central. Além disso, em algum momento da semana o governo pode anunciar o pacote de medidas de diminuição de gastos estruturais.