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Perspectiva Semanal - 28 de outubro a 01 de novembro

Aproveite seu boletim Perspectiva Semanal, uma publicação com os destaques do mercado financeiro nacional e internacional na semana, com dados, indicadores e projeções da SulAmérica Investimentos.

Publicado em: 28/10/2024
Eleição nos EUA no foco dos mercados

No próximo dia 5 de novembro, os Estados Unidos realizarão eleições que definirão o próximo presidente, além de renovarem parte do Senado e da Câmara dos Representantes. Esta eleição tem gerado grande atenção dos mercados financeiros, uma vez que o resultado poderá impactar diretamente a implementação de políticas econômicas, regulatórias e fiscais. Com uma eleição tão acirrada, as pesquisas mostram um cenário em aberto, mas há sinais de que os Republicanos estão ganhando força.

Atualmente, os Republicanos são considerados favoritos para conquistar a maioria no Senado, o que, se confirmado, facilitaria a aprovação de suas pautas. Caso o partido consiga também a Presidência e a maioria na Câmara, poderemos ver uma “onda” republicana, criando um cenário favorável para a implementação de sua agenda. Esse alinhamento entre a Presidência e o Congresso, no entanto, preocupa parte dos investidores, que antecipam possíveis mudanças significativas nas políticas públicas.

Nos estados-chave — Pensilvânia, Carolina do Norte, Geórgia, Arizona, Wisconsin, Michigan e Nevada —, Donald Trump tem mostrado crescimento nas intenções de voto, consolidando seu favoritismo em algumas dessas regiões. Kamala Harris, por outro lado, segue com apoio significativo, mantendo a corrida competitiva. A posição de cada candidato nesses estados críticos será decisiva para o resultado final, dado o peso que esses locais têm no sistema eleitoral americano.

O fortalecimento da candidatura de Trump nos últimos dias tem impulsionado o dólar, refletindo a expectativa de políticas que favoreçam a economia interna dos EUA. Observa-se também um desempenho positivo de setores mais regulados na bolsa americana, possivelmente em resposta à expectativa de um ambiente regulatório mais favorável sob uma liderança republicana. No entanto, é importante notar que o atual período de divulgação de resultados corporativos torna difícil afirmar que esse movimento seja exclusivamente relacionado à eleição.

Por fim, o aumento da probabilidade de uma vitória republicana pode influenciar a política monetária. A expectativa de uma postura mais expansionista no âmbito fiscal, com possíveis cortes de impostos, pode pressionar os juros para cima no médio prazo. A combinação entre dólar forte e taxa de juros elevada reforça a importância desta eleição para o mercado global, tornando o resultado ainda mais relevante para investidores ao redor do mundo.

Agenda Semanal:

IPCA-15 é destaque da agenda doméstica nesta semana.

Nos EUA, a agenda econômica é bem cheia. Sairão, por ordem cronológica, os dados de abertura de vagas (JOLTS) na 3ª feira, o PIB do 3º trimestre na 4ª feira, os dados de renda e consumo referentes a setembro na 5ª feira e os dados de emprego (em especial o payroll) na 6ª feira, junto com os índices de gerentes de compra (ISM e PMI), referentes a outubro. A expectativa da SulAmérica Investimentos é de abertura de 7,932 milhões de vagas no JOLTS (uma ligeira queda em relação aos 8,040 milhões vistos no mês anterior), mostrando continuidade da desaceleração do mercado de trabalho americano. O dado do payroll deve ser contaminado por eventos climáticos e greves, e por isso deve ficar mais baixo, com a projeção da SulAmérica Investimentos em 120 mil, contra 254 mil do mês anterior. O mercado deve dar menos atenção a esse número devido a esses fatores atenuantes para a diminuição. Já o PIB do 3º trimestre deve mostrar expansão forte, puxada pelo consumo das famílias, com variação de 2,8% T/T anualizado, apenas uma pequena desaceleração em relação aos 3,0% vistos no trimestre anterior. Finalmente, os dados de renda e consumo das famílias relativos a setembro devem permanecer fortes, mas com uma diminuição do deflator do consumo na margem. Esperamos 0,2% M/M para o índice cheio e para o núcleo excluindo alimentos e energia.

Os índices de gerentes de compras do setor manufatureiro relativos a setembro serão divulgados ao redor do mundo. Para o ISM nos EUA é esperado aumento de 47,2 para 47,6, ainda na zona de contração (abaixo de 50). Para a China aos índices também devem ficar nessa zona de contração, mas com alguma melhora na margem no índice Caixin (de 49,3 para 49,7), calculado pelo setor privado e mais ligado às exportações. O índice oficial do NBS deve permanecer estável em 49,8. O PMI de serviços chinês deve melhorar ligeiramente, de 50,0 para 50,4, com algum reflexo das medidas de estímulo anunciadas pelo PBOC desde o final de setembro.

No Brasil, sairão dados divulgados pelo Banco Central. As notas à imprensa do setor externo, do crédito e do setor público saem na terça, quarta e quinta-feira, respectivamente. Para o setor público de setembro é esperado um déficit primário de R$ -8,2 bilhões. A atenção dos mercados deve ficar mais em possível detalhamento sobre pacote de redução de gastos, com notícias que saíram na semana passada indicando que ele poderia ser anunciado depois das eleições municipais. Outros dados econômicos que vão sair na semana são o IGP-M de outubro, que deve acelerar (de 0,62% M/M para 1,51% M/M), ajudado pela depreciação cambial e aumento de preços de alimentos (ocasionado pela seca que ocorreu nos últimos meses), e a produção industrial brasileira, que deve subir 0,9% M/M em setembro, após ter ficado quase estagnada (+0,1% M/M) em agosto.